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Neste espaço, já publicamos um post sobre administração do stress. Vamos detalhar um dos itens daquele artigo, que é a respiração.
O stress tem várias definições. Uma delas é: "stress é a energia necessária para vencer um obstáculo". Se essa energia necessária é excessiva para nós, aí temos o excesso de stress, esse, sim, prejudicial. Essa energia pode ser chamada de disposição, pique, força interior ou qualquer nome que queiramos atribuir à nossa energia pessoal. Freud diria que se trata de libido. Reich diria que é orgônio (o nome que ele deu à energia biológica). Na medicina chinesa, a energia vital é chamada de ki ou chi.
Seguindo essa definição, podemos concluir que, se estivermos com um alto nível de energia, podemos vencer um obstáculo maior. O que nos leva à questão: como aumentar nosso nível de energia para evitar o excesso de stress? Uma das formas é através da respiração. Aliás, na filosofia hindu, o exercício respiratório é chamado de pranaayama, isto é, expansão da energia vital.
Nas ciências e artes antigas há dezenas de técnicas respiratórias. Neste post vamos ensinar apenas uma delas, a respiração diafragmática, que é o alicerce para boa parte dos demais exercícios respiratórios.
O diafragma é um músculo em forma de sino que fica na cintura. Na verdade, trata-se do maior músculo do corpo humano.
Nesta figura, vemos o diafragma, em vermelho, na cavidade abdominal.
É um músculo muito diferente do usual, pois ele contém órgãos em seu interior (!!) tais como fígado, rins e outros. Por causa disso, há um benefício adicional na respiração diafragmática, que é o massageamento desses órgãos.
A respiração diafragmática é bem diferente da nossa respiração usual. No entanto, os animais a utilizam, instintivamente, assim como os bebês. Depois, o bebê cresce e lhe é ensinado a respirar utilizando apenas as clavículas e, parcialmente, as costelas, o que reduz enormemente a capacidade respiratória.
A respiração diafragmática consistem em expandir o diafragma para que o ar entre e contraí-lo para fazer o ar sair. Podemos ver isto nas duas figuras abaixo:
Na figura da esquerda, o diafragma está se expandindo, "esticando" os pulmões. O ar entra.
Na figura da direita, o diafragma está se contraindo, comprimindo os pulmões. O ar sai.
Vamos repetir, para que seja bem entendido:
ar para dentro, abdômen para fora
ar para fora, abdômen para dentro
Provavelmente, ao tentar fazer o exercício, você fará o contrário, pois foi condicionado assim. A respiração diafragmática, no entanto, está gravada em nosso código genético. Por isso, mesmo aqueles que, durante o dia, respiram só com o tórax, quando dormem fazem a respiração diafragmática. No entanto, os que sofrem de visceroptose, isto é, abdômen excessivamente expandido, mesmo ao dormir respiram de maneira deficiente.
Detalhe: nessa respiração, se formos seguir os métodos ensinados desde a antiguidade, utilizamos apenas o nariz, tanto para inspirar, quanto para expirar. Então, nada de soltar o ar pela boca.
Para compreender melhor o movimento, sugerimos que você se deite, e coloque as mãos sobre o abdômen. Respire pausadamente, sentindo que o abdômen se eleva quando o ar entra, e se retrai quando o ar sai. O tórax não participa, ficando inerte.
A respiração diafragmática ativa, provavelmente, setores cerebrais ligados à concentração, à calma e ao relaxamento. Isso se traduz em uma melhor administração do stress.


Para facilitar a respiração, procura manter a coluna ereta, para não comprimir o diafragma. Nos dias atuais, parece que as pessoas se esqueceram que a coluna deve ficar ereta. Tornou-se "normal" ficar com a coluna arqueada. Mas isso tem seu preço sobre a saúde do indivíduo.
A respiração abdominal é utilizada em fonoaudiologia e também em cursos de oratória ou de canto. Também é praticada por músicos que tocam instrumentos de sopro.
A respiração diafragmática tem sido citada como ferramenta usada no tratamento de síndrome do pânico, problemas digestivos, bronquite e outros males. Achamos que há um certo exagero nisso. Mas somos obrigados a reconhecer que essa técnica realmente tem efeitos poderosos sobre o corpo e sobre nossa disposição no dia a dia.
Postado por Beto Locatelli
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