domingo, 19 de outubro de 2014

Como consumir energia elétrica conscientemente e ajudando as finanças domésticas? (Parte I / II)

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Considere-se, inicialmente, o conceito mais amplo de energia: é a capacidade de realizar trabalho. Inicialmente, os seres humanos utilizaram a força de seus músculos e a tração animal, bem como a força da água e dos ventos para realizar trabalho; antes da indústria, a humanidade contava apenas com essas fontes de energia para suas atividades.
A partir do século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, passou-se a queimar carvão visando as máquinas a vapor, inventadas em 1763, bem como para a fusão do ferro. De lá para cá, a evolução tecnológica tornou o uso da energia imprescindível, em múltiplas aplicações cotidianas ou especiais.
A energia elétrica tem seu histórico específico. Na Antiguidade, o físico e filósofo grego Tales de Mileto (623 a 624 ac - 556 a 558 ac), ao esfregar um pedaço de âmbar (tipo de resina vegetal) em um pedaço de lã, observou que esse passava a atrair objetos leves, identificando um fenômeno elétrico.
Considerável tempo após o evento citado, cientistas e inventores pesquisaram intensamente a energia elétrica, criando utilidades diversas. São exemplos: Alexandre Volta (1745 - 1827), que criou a pilha elétrica; Michael Faraday (1791 - 1867), que desenvolveu diversos estudos sobre eletricidade e magnetismo, os quais contribuíram em grande medida para a criação de geradores e transformadores elétricos; Thomas Edison (1847 - 1931), que criou a lâmpada incandescente, além de ter desenvolvido diversos projetos envolvendo energia elétrica; e, Benjamin Franklin (1706 - 1790), que criou o para-raios.
Presentemente, a energia elétrica é indispensável à vida moderna e seu provimento à sociedade constitui-se em um dos itens de maior relevo da pauta dos governos e dos países. Ela é indispensável a um amplo conjunto de usos, tais como:
  1. Abastecimento público.
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  2. Abastecimento industrial.
  3. Atividades agrícolas.
  4. Serviços de água e esgoto.
  5. Transportes (terrestres, aéreos, fluviais e marítimos).
  6. Telecomunicações.
  7. Atividades de pesquisa.
  8. Recreação (parques, cinemas, teatros e outros).
Em todas essas necessidades, a energia elétrica desponta como sendo de grande importância para o desenvolvimento social, tecnológico, e para o conforto das famílias e pessoas, podendo ser produzida a partir de várias fontes energéticas.
Distintas formas de energia são exploradas para gerar energia elétrica, egressas de diversas fontes, entre as quais (em ordem alfabética):
ENERGIAS
FONTES ENERGÉTICAS
Atômica
Átomo
Da biomassa
Matéria orgânica
Das ondas
Mares
Eólica
Ventos
Geotérmica
Terra (calor)
Hidráulica
Rios e outras correntes de água doce
Solar
Sol
Térmica
Carvão mineral, petróleo, gás natural e outros

As energias em itálico na relação acima são renováveis, ou seja, com capacidade de regeneração.
É importante mencionar os impactos dos aproveitamentos de energia sobre o meio ambiente. Como exemplo dessa poluição, menciona-se a energia atômica, que requer cuidados especiais para seu aproveitamento; vazamentos de radioatividade podem ser perigosos para pessoas e o meio ambiente. Outro exemplo: a queima de combustíveis fósseis, que agrega grandes volumes de gases de efeito estufa à atmosfera terrestre. Naturalmente, esses não são os únicos exemplos: todas as formas de produzir energia causam impactos ambientais. Sendo a energia tão relevante para a sociedade, cumpre mitigar os riscos de poluição, o que pode onerar seu preço.
Retornando à energia elétrica e considerando o Brasil, o sistema elétrico nacional compõe-se de sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. As empresas de energia elétrica do Brasil podem ser geradoras, transmissoras ou distribuidoras, existindo, ainda, grupos empresariais integrados com essas atividades.
O preço da energia elétrica cobrado da sociedade reflete os gastos nesses sistemas, além de outros itens, como encargos setoriais, tributos e contribuição à iluminação pública (IP). Para as famílias, o consumo mensal é medido em kWh; quanto aos preços, estes podem ser expressos em R$/kWh (reais por quilowatthora) ou R$/MWh (reais por megawatthora, 1.000 vezes o R$/kWh).
A energia gerada em usinas é transportada, por meio de subestações e linhas de transmissão, até subestações de distribuição de energia elétrica, a partir das quais, é distribuída à sociedade via redes de distribuição. Alguns poucos clientes das companhias de energia são atendidos a partir da transmissão; porém, trata-se de instalações com elevadas necessidades energéticas para os seus processos produtivos.
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No Brasil, a produção de energia elétrica é feita, primeiramente, por meio de usinas hidrelétricas; em segundo lugar, por meio de usinas termelétricas e em terceiro lugar, via usinas nucleares. Como o País possui muitos rios e com grandes desníveis, isso torna econômico aproveitá-los para construir hidrelétricas, consideradas fonte renovável de energia. Ressalta-se que o sistema interligado nacional (SIN) é interconectado, de maneira a permitir o intercâmbio energético entre regiões; a ideia que norteia tal interligação é a permitir que períodos de seca de uma dada região possam ser compensados por períodos de maiores chuvas em outras regiões.
O Brasil é conhecido pelo seu elevado potencial em várias fontes renováveis de energia. Atualmente, a estiagem que se registra em diversas partes da Região Sudeste conduz à necessidade de maior acionamento de usinas termelétricas, mesmo com as interligações no SIN.
No quesito eficiência energética, o Relatório The 2014 International Energy Efficiency Scorecard coloca o País na 15ª posição das 16 nações avaliadas, posição que impõe ao País a necessidade de melhorar significativamente seu desempenho em eficiência energética. Destaca-se que no setor elétrico, a legislação e a regulamentação obrigam empresas de energia elétrica a destinarem uma parcela de suas receitas ao desenvolvimento de alternativas técnicas de eficiência energética.
Perdas de energia elétrica são inerentes à transmissão e distribuição dessa energia, resultando na geração de calor em linhas e redes. O dimensionamento desses sistemas impacta o nível de perdas elétricas, especialmente na distribuição. Ao mesmo tempo, as empresas distribuidoras de energia, especificamente, podem estar expostas a fraudes e desvios de energia, os chamados “gatos”.
Concomitantemente, a partir do ponto de entrega de energia das empresas de energia aos consumidores, existem desperdícios internos, em âmbito residencial, decorrentes de aspectos técnicos e de hábitos de consumo. Nesse sentido, é relevante orientar as famílias, de maneira que as ineficiências energéticas sejam evitadas ou reduzidas, sem prejuízo da qualidade de vida.
A energia elétrica é um dos fatores mais relevantes para o desenvolvimento econômico e social das diversas sociedades do Planeta Terra e seu consumo deve e pode ser melhorado. Dessa forma, relaciona-se, a abaixo, relaciona-se um elenco de medidas para economizar energia elétrica pelas famílias e pessoas, de maneira geral:
MEDIDAS PARA ECONOMIZAR ENERGIA ELÉTRICA NO AMBIENTE DOMÉSTICO
  1. site de origem da imagem
    Analisar, a cada mês a, conta de energia. É importante que as famílias entendam o formato da conta, as tarifas adotadas e o cálculo dos valores cobrados. Se for o caso, pode-se recorrer à empresa distribuidora de energia elétrica que atende à população para melhor entendimento dos números apresentados.
  2. Alinhar a família em relação ao objetivo de consumir energia elétrica conscientemente, de maneira que todos os membros (ou o máximo possível) possam participar da mudança de postura; dessa forma, os benefícios da economia desse insumo serão potencializados.
  3. Participar de discussões de condomínios, visando discutir e avaliar medidas que sejam interessantes para reduzir o consumo condominial, sem prejuízo da segurança dos moradores. Acompanhar a evolução da conta de energia do condomínio.
  4. Em projetos de construção e/ou reforma residenciais, privilegiar alternativas que impliquem menor consumo de energia elétrica, como por exemplo, o aproveitamento da luz natural e a utilização de cores claras, que melhor refletem a luz, entre outras. O mesmo deve ser pensado nos projetos de decoração.
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    Nos projetos supracitados, avaliar a implantação de sistemas de aquecimento solar, tanto domesticamente quanto em condomínios, os quais podem implicar economia significativa na conta de energia elétrica.
  6. Ao adquirir imóveis, avaliar os aspectos citados nos itens 4 e 5, que podem ajudar a melhorar a qualidade e/ou o preço da aquisição. Imóveis que requeiram melhorias para melhorar a eficiência energética, em tese, e mantidas idênticas ou próximas as demais condições de compra, deveriam ser depreciados.
  7. Assegurar a boa qualidade do projeto elétrico residencial e condominial, por meio da contratação de especialista(s), de maneira a contemplar a segurança e o bom dimensionamento de cabos e fios, chaves elétricas entre outros itens. Onde factível, criar alternativas para desligamento automático da iluminação, quando essa não for necessária.
  8. créditos da imagem: graur razvan ionut
    Escolher criteriosamente aparelhos elétricos e eletrônicos. Uma boa escolha pode implicar significativa economia de energia elétrica. A aquisição de geladeiras pode ser avaliada com base em sua capacidade, em litros, e em sua qualificação pelo INMETRO e PROCEL. A aquisição de outros eletrodomésticos pode ser feita comparando-se as potências elétricas de equipamentos similares.
  9. Abrir cortinas internas, para aproveitar a luz solar. Desligar lâmpadas ao sair de cômodos. Não deixar lâmpadas ligadas sem que haja necessidade. Limpar globos e lustres, para aproveitar ao máximo a iluminação.
  10. Tomar banhos de curta duração, evitando os banhos longos que levam a consumir mais energia elétrica, além de água. Em dias quentes, manter o chuveiro no status “verão”. Manter limpos os furos do chuveiro. Não reaproveitar resistências queimadas, a bem da segurança.
  11. Gastar menos energia para lavar roupas. As roupas devem ser acumuladas e, quando for atingida a capacidade da máquina de lavar, lavadas de uma única vez, o que, inclusive, ajuda a gastar menos água. Manter limpo o filtro da máquina de lavar. Lavar peças de roupas avulsas a cada momento faz gastar mais energia.
  12. Gastar menos energia para passar roupas. Assim como no caso da lavagem, as roupas devem ser acumuladas para passar. Desligar o ferro de passar se precisar se distanciar do mesmo, sempre, ainda que por pouco tempo, para preservar a segurança. Deixar para passar por último peças que requerem menos calor.
  13. créditos da imagem: Ambro
    Combater permanentemente o desperdício no uso de aparelhos elétricos e eletrônicos. Checar todos os aparelhos da residência e não deixá-los ligados sem que haja necessidade (TVs e outros dispositivos).
  14. Tomar cuidados em relação a aparelhos de ar condicionado, tais como evitar sobrecarga, por meio da regulação de seus termostatos, e manter limpos os filtros desses aparelhos.
  15. Tomar cuidados em relação à geladeira: a) regular a temperatura no inverno, para evitar sobrecarga; b) manter a borracha de vedação em bom estado; b) não colocar tecidos ou tênis molhados atrás; c) não abrir frequentemente ou deixar a porta aberta por longo tempo; d) não cobrir com panos e toalhas.
  16. Evitar colocar a geladeira e o fogão próximos um do outro, de maneira a ocorrer interferência no consumo de energia elétrica.
  17. Dosar o aquecimento de piscinas, especialmente no verão, quanto à necessidade pode ser bem menor ou mesmo nenhuma.
  18. Em dias secos, usar toalhas molhadas nos diversos recintos, em substituição a umidificadores eletrônicos.
Na segunda parte deste post, apresenta-se um exemplo de consumo doméstico de energia elétrica, que constitui ilustração prática de como uma família pode economizar tal energia para melhorar o orçamento e a poupança doméstica.

Por ora, deixamos aqui as seguintes referências:
Postado por Nica Brand

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