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A água,
por sua vez, é o constituinte inorgânico mais abundante nos seres
vivos: no homem, representa cerca de 60% do seu peso; nas plantas,
pode atingir 90%. Ademais, ela tem um papel fundamental de consumo
em atividades humanas, com variados usos, tais como:
- Abastecimento público.
- Abastecimento industrial.
- Atividades agrícolas.
- Preservação da fauna e flora.
- Criação de espécies destinadas à alimentação humana.
- Geração de energia elétrica.
- Navegação.
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Duas
dimensões são relevantes ao estudo da água: quantidade e
qualidade. Sobre o prisma da quantidade de água
disponível, a maior parte da água da Terra é salgada, sendo apenas
2,5% água doce; a maior parte dessa água doce, por sua vez, está
aprisionada em geleiras e aquíferos subterrâneos. Além
disso, da água disponível, apenas 0,26% encontram-se em lagos,
reservatórios e bacias hidrográficas, mais acessíveis aos seres
humanos; portanto, restam apenas 0,0065% como água doce mais
facilmente acessível às pessoas.
Se toda a
água da Terra coubesse em um recipiente de um litro, a água doce
disponível seria o equivalente a 1,3 gotas, ou seja, uma gota e 30%
de outra. Ocorre que o consumo dessas “gotas” vem crescendo a uma
velocidade superior àquela de crescimento dos habitantes do Planeta.
Entre 1900 e 2000, a população mundial aumentou de 1,65 bilhão
para 6 bilhões de pessoas, isto é, 3,6 vezes; no mesmo período, o
consumo de água cresceu de 500 km3/ano para
aproximadamente 5.000 km3/ano,
10 vezes.
No
que tange à qualidade
da água, destaca-se a poluição,
ou seja, alteração das características físicas, químicas e/ou
biológicas, que prejudicam usos estabelecidos. A poluição tem como
fontes, além da própria natureza, os esgotos domésticos, os
efluentes industriais e a drenagem de áreas agrícolas e urbanas;
todos esses fatores agravam a disponibilidade para consumo.
Segundo
o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de
Recursos Hídricos, apresentado na Conferência Rio+20 (2012), a
poluição é a causa precípua da redução do volume de água
adequada ao consumo, por meio de resíduos industriais e agrícolas e
do esgoto doméstico sem tratamento, que poluem mananciais de água,
dificultando ou inviabilizando o uso. Ainda de acordo com o Relatório
citado, quase um bilhão de pessoas no Planeta não têm
acesso a fontes tratadas de água potável.
No Brasil
e no mundo, a agricultura, a pecuária e a indústria consomem nove
de cada dez litros produzidos, em média (90%). Dessa forma, além da
água utilizada para beber, tomar banho, cozinhar e limpar a casa, as
pessoas terminam por também “beber” a água “embutida” nos
produtos e serviços que adquirem. Ao exportar alimentos e outros
itens, o País termina, também, por “exportar” água.
Sobre o
Brasil e o uso da água, observam-se:
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- A distribuição da água doce disponível é desigual, conforme no restante do Planeta. A Região Norte detem 68,5% do potencial hídrico do Brasil, ali vivendo 7% da população brasileira. A Região Sudeste tem disponíveis 6% do potencial hídrico nacional, concentrando 43% da população. A Região Nordeste, por sua vez, conta com 3% da água disponível, para uma população de 29% da população total; essa tem sido, historicamente, a área com os maiores problemas em relação à disponibilidade de mananciais, haja vista a escassez de chuvas.
- A agricultura brasileira aproveita 40% da água à mesma destinada; os restantes 60% são perdidos pelo uso em excesso ou fora do período de necessidade das plantas em horários de maior evaporação.
- Nas cidades brasileiras, há elevado nível de desperdício de água, correspondente às chamadas “perdas na rede”; trata-se de água que sai limpa e tratada da empresa distribuidora e que não chega, entretanto, ao consumidor, perdendo-se em tubulações antigas, sem manutenção e/ou clandestinas, sendo essas últimas conhecidas como “gatos”.
- Além disso, as cidades lidam com o desperdício nas instalações domiciliares, por meio de vazamentos nas tubulações domésticas e de hábitos da população, como tomar banhos longos, escovar os dentes e/ou fazer a barba com a torneira aberta e outros.
Problemas
de falta de água não são privativos do Nordeste. Presentemente,
várias cidades do Estado de São Paulo, incluindo a Capital,
enfrentam uma das piores crises hídricas de sua história, em longo
período de estiagem. A Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo – FIESP –
estima que três mil postos de trabalho tenham sido fechados em
função da falta d’água. A irrigação foi consideravelmente
reduzida por agricultores e a Secretaria da Agricultura estima,
preliminarmente, que a estiagem já tenha reduzido safras de café em
25% e de cana e algodão em 10%.
Para que
os(as) leitores(as) tenham ideia do quanto se desperdiça de água em
situações domésticas, apresentam-se, abaixo, exemplos
ilustrativos:
SITUAÇÕES
DOMÉSTICAS
DE DESPERDÍCIO DE ÁGUA
|
VOLUME
DE ÁGUA REQUERIDO
(litros estimados)
|
|
Vazamento em tubulação (furo de
2 mm - por dia)
|
3.200
|
|
Escovação de dentes com a
torneira aberta (casa a apto)
|
12 a 80
|
|
Torneira gotejando (por dia)
|
46
|
|
Uso da descarga (acionamento desnecessário)
|
10 a 14
|
Fonte:
Sites do Instituto Akatu e da SABESP.
Com base
no exposto anteriormente, conclui-se que o consumo consciente da água
impõe-se como uma necessidade importante, haja vista que estamos
tratando de um recurso crucial e escasso. O assunto é sério,
precisa envolver os poderes públicos, as organizações e as
famílias, afetando cada pessoa, tenha essa consciência ou não.
Retornemos
à pergunta do presente post: como consumir água
conscientemente e ajudando as finanças domésticas?
Sugerimos,
a seguir, as seguintes medidas práticas, que não esgotam as
possibilidades:
MEDIDAS
PARA ECONOMIZAR ÁGUA NO AMBIENTE DOMÉSTICO
EXEMPLOS DE CONSUMO DOMÉSTICO |
Na parte
II deste post, apresentamos dois exemplos de consumo de água,
os quais ilustram, de distintas formas, como consumir água
conscientemente pode ajudar as finanças domésticas.
Finalizamos
esta parte I sugerindo consultas às seguintes referências, algumas
das quais embasam informações aqui apresentadas:
- Artigos
“Água:
recurso escasso ou abundante?”,
Hélio Mattar, publicado no site
www.akatu.org.br,
em 06/05/2013.
“Água:o que há em comum entre Sikri, Ilha de Páscoa e São Paulo”, Paulo Bento
Maffei e Paulo Vodianitskaia, publicado no site
www.akatu.org.br,
em 26/09/2014.
- Livro “Curso de Gestão Ambiental”, editado por Arlindo Philippi Jr, Marcelo de Andrade Romero e Gilda Collet Bruna, 2004, reimpressão de 2009.
- Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos, apresentado na Conferência Rio+20 (2012).
- Sites da Agência Nacional de Águas – ANA, www.ana.gov.br, e de empresas distribuidoras do Brasil.
(A ser continuado)
Postado por Nica Brand
Postado por Nica Brand
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