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Os fatos
abaixo são importantes para que possamos avaliar a importância do
consumo consciente:
- Cada produto ou serviço que demandamos “come” uma parte do Planeta, em maior ou menor medida, e exige recursos naturais. Produtos e serviços requerem matérias-primas, água, luz e outros componentes para serem entregues ao consumidor final.
- Parte considerável dos recursos naturais da Terra não é renovável, haja vista que o Planeta não é um “supermercado” ou “almoxarifado” com estoque infinito de matérias primas.
E o que é
consumo consciente? É aquele cujo ato de consumir um produto ou
serviço é concretizado conscientemente pelo indivíduo, que
tem razoável conhecimento dos impactos desse ato sobre si mesmo, a
sociedade e o meio ambiente (ver também Ministériodo Meio Ambiente, MMA).
Quando
alguém se torna mais consciente sobre os impactos citados,
especialmente sobre aqueles negativos, torna-se mais apto a
contribuir para minimizá-los e evitar que o Planeta se torne pior. O
caminho é a mudança de postura ética e, consequentemente, de
hábitos. Isso nem sempre é fácil, especialmente no momento de
operacionalizar; entretanto, pequenas mudanças feitas por milhões
de pessoas podem fazer grande diferença.
Segundo o
Instituto Akatu, organização não
governamental sem fins lucrativos que trabalha pela conscientização
e mobilização da sociedade para o consumo consciente, este é
fundamental para a transformação do mundo, estando ao alcance de
qualquer consumidor. Conforme o Akatu, os 12 princípios do consumo consciente são (consulta na data de
publicação desta artigo):
- Planeje suas compras. Não seja impulsivo nas compras. A impulsividade é inimiga do consumo consciente. Planeje antecipadamente e, com isso, compre menos e melhor.
- Avalie os impactos de seu consumo. Leve em consideração o meio ambiente e a sociedade em
Site de origem da imagem - Consuma apenas o necessário Reflita sobre suas reais necessidades e procure viver com menos.
- Reutilize produtos e embalagens Não compre outra vez o que você pode consertar, transformar e reutilizar.
- Separe seu lixo. Recicle e contribua para a economia de recursos naturais, a redução da degradação ambiental e a geração de empregos.
- Use crédito conscientemente. Pense bem se o que você vai comprar a crédito não pode esperar e esteja certo de que poderá pagar as prestações.
- Conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas. Em suas escolhas de consumo, não olhe apenas preço e qualidade do produto. Valorize as empresas em função de sua responsabilidade para com os funcionários, a sociedade e o meio ambiente.
- Não compre produtos piratas ou contrabandeados. Compre sempre do comércio legalizado e, dessa forma, contribua para gerar empregos estáveis e para combater o crime organizado e a violência.
- Contribua para a melhoria de produtos e serviços. Adote uma postura ativa. Envie às empresas sugestões e críticas construtivas sobre seus produtos e serviços.
- Divulgue o consumo consciente. Seja um militante da causa: sensibilize outros consumidores e dissemine informações, valores e práticas do consumo consciente. Monte grupos para mobilizar seus familiares, amigos e pessoas mais próximas.
- Cobre dos políticos. Exija de partidos, candidatos e governantes propostas e ações que viabilizem e aprofundem a prática de consumo consciente.
- Reflita sobre seus valores. Avalie constantemente os princípios que guiam suas escolhas e seus hábitos de consumo.
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A seguir,
e para os objetivos deste post, focalizamos os princípios 1,
3, 4, 5, 6 e 8, da relação anterior. À luz desses seis princípios,
perguntamos: é possível economizar por meio do consumo consciente,
melhorando as finanças domésticas e pessoais? Sim, em boa medida.
Ao mesmo tempo, nem sempre. Consumir conscientemente requer, antes de
tudo, fazer a coisa certa e isso pode significar gastar um
pouco mais, simplesmente por que não se deve partir para
alternativas ilegais e/ou anti-éticas.
Abaixo,
apresentamos breves reflexões sobre os seis princípios em questão,
vis-à-vis das potencialidades de melhorar as finanças:
- Planejar as compras
Despesas
podem ser recorrentes (repetitivas) e não recorrentes (eventuais),
relacionando-se à compras de itens como:
- Água, energia elétrica e telefone.
- Faxinas.
- Armazém.
- Transporte.
- Educação.
- Lazer.
- Outros.
Despesas
também são necessárias na aquisição de eventuais, como
determinados eletrodomésticos e os veículos, que requerem volume
mais elevado de recursos financeiros.
Todas
essas aquisições são passíveis de planejamento e podemos
desenvolver raciocínios para cada um desses itens citados. Por ora,
afirmaremos que planejar as compras, usando ao máximo o que for
possível, sem desconforto e freando o impulso de comprar ajuda a
evitar gastos desnecessários, beneficiando, em boa medida, as
finanças domésticas e pessoais.
- Consumir apenas o necessário
Consumir
apenas o necessário é sinônimo de se tornar asceta? Não,
significa não comprar produtos e serviços que não agregam valor à
família ou à pessoa que compra. E como um produto pode não agregar
valor? Apresentamos abaixo alguns exemplos:
- Quando não conseguimos consumi-lo integralmente, inutilizando parte do mesmo. Exemplo: aquela refeição que não conseguimos fazer integralmente, em função do grande tamanho do prato servido pelo restaurante.
- Quando ele estraga pelo não uso, levando-nos a jogá-lo fora sem qualquer utilização. Exemplo: alimentos desperdiçados pelas famílias.
- Quando faz mal à saúde, de alguma forma.
Exemplos:
a aquisição de alimentos e itens de vestuário não saudáveis.
- Quando fica estacionado em algum armário ou estante de nossas casas, sem serventia. Exemplo: os itens de uso pessoal e outros que foram comprados, mas que não são usados ou se prestam a alguma alternativa de reutilização doméstica ou pessoal.
Os
exemplos acima apresentados, que podem ser ilustrados por muitas
situações práticas, conduzem à percepção de que consumir menos,
no sentido de não comprar produtos e serviços que não agregam
valor, evitando-se desperdícios, é saudável para as finanças
domésticas e pessoais.
- Reutilizar produtos e embalagens
A
reutilização de produtos e embalagens, ou seja, a extensão do seu
tempo de uso por meio da sua resignificação - a criação de novo
significado - é uma das ações mais importantes para reduzir o
impacto negativo do ato de consumir. As vantagens mais amplas são
várias, sendo exemplos a menor necessidade de explorar recursos
naturais do Planeta, a redução de lixões e aterros sanitários, a
possibilidade de ajudar instituições e pessoas com produtos em boas
condições de utilização e a criação de renda para a parte da
população que depende da reutilização para sobreviver. A
reutilização deve ser diferenciada da reciclagem, por meio da qual
objetos entram em um novo ciclo de produção (daí, a palavra
re-ciclar).
Na gestão
doméstica, as vantagens da reutilização são evidentes: além de
ser educativa, esta pode evitar gastos com itens mais onerosos,
criando sobras de recursos financeiros que podem ser direcionadas
para outras necessidades genuínas, como educação e saúde, por
exemplo, ou então para algo muito importante para as famílias e
pessoas: poupar.
Eis
algumas formas ilustrativas de reutilização:
- Reformar móveis e adornos
- Recuperar roupas com preço significativo
- Usar a água da lavagem de roupa na limpeza do quintal
- Fazer blocos de papel com folhas impressas em um dos lados
- Utilizar embalagens em múltiplas situações
- Doar computadores e telefones celulares para instituições de caridade
Nem
sempre a reforma ou recuperação de itens é econômica, mas é
sempre recomendável avaliá-la de maneira recorrente nas atividades
familiares e pessoais.
- Separar o lixo
A
separação do lixo é outra ação muito importante para reduzir o
impacto negativo do consumo sobre o meio ambiente. As vantagens mais
amplas são várias, sendo exemplos a redução de lixões e aterros
sanitários, o reaproveitamento de resíduos sólidos na elaboração
de produtos, que cria forte alívio para o Planeta, a criação
de renda para a parte da população que depende de resíduos sólidos
descartados para sobreviver e a maior segurança dessas pessoas,
diminuindo-se o risco de essas se machucarem com resíduos.
Sob o
prisma específico da gestão doméstica, para aqueles que não
trabalham e vivem da separação do lixo, esta é importante para
criar cultura de consumo sustentável, constituindo oportunidade
ímpar de educar, especialmente as crianças, para as quais se
direciona boa parte do que se consome. Crianças consumidoras em
excesso podem comprometer bastante um orçamento doméstico e se
tornarem adultos perdulários. Agregar consciência ambiental na
educação, além de ser bom para o Planeta, será útil à gestão
financeira das famílias, no presente e no futuro.
Em tempo,
não é necessário separar plástico, papel, vidro e metal. Bastam
dois recipientes: um para o lixo não reciclável e outro, em geral
bem maior, para o lixo reciclável.
- Usar crédito conscientemente
Pessoas
podem comprar à vista ou a crédito. Muitas vezes, optam pela
segunda alternativa, sem considerarem os recursos orçamentários
disponíveis e o risco de inadimplência. Neste post, não
discorremos sobre a questão dos juros embutidos nessas compras a
prazo, o que sem dúvida merece texto específico (porém, já
enfatizamos: não existem compras a juro zero!). Enfatizamos aqui o
risco de inadimplência e da quebra financeira do indivíduo.
O uso de
crédito deve ser rigoroso e se tiver que ocorrer, que seja no âmbito
de um orçamento planejado. Nesse sentido, recomendamos a leitura dos
posts Como os juros podem ser usados a favor da nossa família?
(02/09/2014) e Qual é a importância do orçamento doméstico
(10/09/2014).
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- Não comprar produtos piratas ou contrabandeados
A
aquisição de produtos pirateados ou contrabandeados, além de ser
ilegal e antiética, por não ajudar a criar empregos no País, traz
riscos substanciais de qualidade aos consumidores, que podem ser
enganados com produtos defeituosos e/ou serviços feitos sem os
devidos cuidados com a saúde e o comprador. Aquilo que se pretendia
comprar “muito barato” pode, na realidade, ficar “muito caro”.
Lembramos,
ainda, que há muitas outras formas de melhorar o orçamento
doméstico, legais, éticas, inteligentes, com riscos menores para o
consumidor, e que, ao mesmo tempo, criam oportunidade de trabalho
para milhares de pessoas.
Adicionalmente,
ao invés de comprar um produto “top de linha”
contrabandeado, é preferível comprar um produto que seja confiável,
de maneira legal. Até porque o “top de linha” pode ser
apenas imitação do original.
Em
síntese, e retornando à pergunta do título deste post, o
consumo consciente pode, sim, ajudar a melhorar a gestão das
finanças domésticas e pessoais, em boa medida. Ao mesmo tempo,
enfatizamos a importância de uma postura ética em relação ao ato
de consumir, valorizando todos os princípios do consumo consciente e
destacando as três armadilhas inerentes ao estilo de vida
consumista, conforme o livro Mundo Sustentável 2, do jornalista
André Trigueiro: ostentar a abundância onde existe a escassez, não
saber o que se está levando para casa, como consumidor, e transferir
para bens materiais o que é verdadeiro, porém, intangível:
felicidade e paz.
Terminamos com o famoso vídeo de 2007 A História das Coisas, que traz dados interessantes sobre consumo e meio ambiente. Não concordamos com 100% do que o vídeo diz, mas é preciso reconhecer que há nele um conteúdo muito bem fundamentado.
Postado por Nica Brand
Terminamos com o famoso vídeo de 2007 A História das Coisas, que traz dados interessantes sobre consumo e meio ambiente. Não concordamos com 100% do que o vídeo diz, mas é preciso reconhecer que há nele um conteúdo muito bem fundamentado.
Postado por Nica Brand
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