segunda-feira, 2 de março de 2015

Geradores eólicos geram impacto ambiental?


Para formarmos nossas opiniões e conceitos, é importante que tenhamos fontes diversificadas de informação. Nos dias atuais, essas fontes podem ser bem diversificadas, incluindo o gigantesco manancial de dados que é a internet.

Nem sempre a chamada grande mídia nos dá informações precisas. E mesmo a internet às vezes falha em nos prover com dados confiáveis para nos orientarmos.

Todo esse preâmbulo foi para dizer que não é líquido e certo que os geradores eólicos são bons para o meio ambiente, ao contrário do que a tv e os jornais fazem parecer. Há controvérsias.

Os parques eólicos, como o que foi inaugurado recentemente no sul do Brasil, nos colocaram em primeiro lugar no mundo em investimento na geração eólica. Agora estamos à frente até da Alemanha. E esse dado é comemorado, de uma forma um tanto acrítica.

É claro que precisamos, sim, diversificar nossa geração de eletricidade. Estamos aumentando fortemente o uso da energia eólica, também o uso do bagaço de cana, além de outras fontes consideradas "sustentáveis".

Mas é preciso estudar melhor a geração eólica, para não fazermos investimentos enormes nessa área sem que haja estudos mais aprofundados sobre a adequação ou não dessa fonte energética.

Este escriba procurou na internet fontes confiáveis para saber um dado: qual o desmatamento necessário para um gerador eólico? Não há uma resposta definitiva. Fala-se em desmatamento de 10km2 para cada gerador, o que parece ser um número possível, já que esses enormes cataventos têm uma base cujas dimensões são maiores que as de uma casa média. Embora seja possível fazer cultivos nas áreas desmatadas, não deixa de ser uma área que perdeu sua vegetação original. Então, é um ponto negativo bem forte.

O problema é que as turbinas devem ter uma distância entre uma e outra de 5 a 10 vezes o tamanho da torre (que é de cerca de 100 metros). Então, num parque eólico, proporcionalmente, devasta-se bem mais do que numa pequena usina hidrelétrica, se considerarmos a produção de energia desses parques.

Os ruídos de baixa frequência produzidos pelos rotores têm impacto na fauna. Em fazendas eólicas ocorre uma grande mortalidade de aves pela colisão com as pás. Também há mortalidade de morcegos, mesmo não havendo colisão com as pás, pois eles são sensíveis às áreas de baixa pressão produzidas pelo movimento dos geradores. Detalhe: esses morcegos são insetívoros. Seu desaparecimento, em alguma região, causa um enorme aumento da população de insetos.

Poucas vozes se levantam para questionar esses dados. Talvez isso tenha a ver com o fato de que há grandes empresas nacionais e estrangeiras envolvidas no incremento da energia eólica no Brasil. Mas, fica a dúvida: não seria financeiramente mais vantajoso para o Brasil continuar investindo em hidrelétricas? E usar, como energia alternativa, a geração elétrica por meio do bagaço de cana, abundante em nossas fazendas?

Uma outra questão, ainda mais profunda, é a seguinte: a geração elétrica deve ser centralizada ou distribuída? Vale a pena fazer parques eólicos gigantes, ou seria melhor incentivar a geração eólica localizada, até mesmo casa a casa?

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Certamente, a humanidade terá que repensar suas fontes de energia. Este escriba é fã da geração de energia distribuída. Cada casa deveria gerar a energia que consome. Talvez isso só não seja viável, neste momento, para a indústria. Mas mesmo as grandes plantas industriais certamente caminharão para a autossuficiência local de energia. É uma questão de tempo.

E, ao falarmos de geração distribuída, a questão envolve também a redução do gasto de energia. Substituir TODAS as lâmpadas por lâmpadas de LED ou fluorescentes compactas é importantíssimo. Substituir os eletrodomésticos antigos, como TVs de tubo, por aparelhos mais econômicos também tem um impacto positivo sobre o balanço energético.

O debate deve continuar. O que não pode acontecer é criarmos verdades artificiais que não admitam contestação.

Postado por Beto Locatelli

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