domingo, 22 de março de 2015

Como olhar os povos do Oriente sem estereótipos?

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No site significados.com.br, a palavra estereótipo é definida assim:

Estereótipo são generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou características de outros. Estereótipo significa impressão sólida, e pode ser sobre a aparência, roupas, comportamento, cultura etc.
Estereótipo são pressupostos sobre determinadas pessoas, muitas vezes eles acontecem sem ter conhecimento sobre grupos sociais ou características de indivíduos, como a aparência, condições financeiras, comportamento, sexualidade etc.
O conceito de estereótipo foi criado em 1922, pelo escrito estadunidense Walter Lippmann. É bastante confundido com preconceito, uma vez que estereótipos acabam se convertendo em rótulos, muitas vezes, pejorativos e causando impacto negativo nos outros. Também porque é uma noção preconcebida e muitas vezes automática, que é incutida no subconsciente pela sociedade.
O cérebro humano funciona com base em modelos mentais. Esses modelos mentais  chamados paradigmas  nos são úteis mas, ao mesmo tempo, nos aprisionam. Em relação a povos do Oriente Médio e do Extremo Oriente, esses paradigmas sociais, os estereótipos, são muito marcantes em algumas regiões do Brasil, senão em todo o país:

- as pessoas do Oriente Médio são boas negociantes;
- os japoneses são bons de matemática;
- os indianos não ligam para dinheiro;
- os chineses são introspectivos.

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Conheço chineses, pois há um grande número deles aqui em São Paulo, onde moro. A maioria é alegre e comunicativa. Eles são advogados, comerciantes, empresários e trabalhadores. Então, esqueça os chineses de filmes de Hollywood. Eles são estereotipados. Não são daquele jeito na vida real.

No entanto, Hollywood nem sempre erra: o ator Jackie Chan tem uma personalidade – pelo menos nos personagens que interpreta – muito parecida com o de muitos orientais que conheço: seus personagens são sempre divertidos, estão sempre fazendo graça, são comunicativos e de bem com a vida.

O que nós precisamos fazer, sempre, é aprender com a realidade. Nós temos que assimilar as informações que nos chegam em nossa vida diária, e não confiar nas informações que a mídia nos passa. A mídia está presa em esterótipos. Hollywood vive de estereótipos.

Por exemplo, uma amiga minha, sabendo que eu fui à Índia, comentou:

— Os indianos são todos muito magros, não é mesmo?

E eu respondi:

— Ao contrário, a maioria é obesa.

Ela ficou espantada. Eu disse:

— Sei que no seu trabalho, na área de informática, você convive com indianos. Algum deles é magro?

Ela riu e respondeu:

— Não, todos os seis são gordinhos.

Eu retruquei:

— É exatamente como boa parte da população da Índia.

E ela reconheceu:

— É... eu estava pensando nos indianos que vejo em filmes... são todos magrinhos...

Jackie Chan, ator
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Eu respondi:

— Pois é, o cinema reforça o estereótipo do indiano magrinho, do japonês que é bom em matemática, do árabe que é terrorista...

Ela entendeu, espero...

Na TV, tivemos um detetive com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): Monk, interpretado pelo excelente ator Tony Shaloub. O próprio ator declarou que achava importante a série para que o público estadunidense conhecesse uma pessoa do Oriente Médio com o qual poderiam simpatizar, já que os EUA têm uma tradição de guerras e invasões contra os povos islâmicos atingindo, em geral, países produtores de petróleo. Aliás, foi muito fácil não só simpatizar, mas também se identificar com Monk, pois todos nós temos nossas manias e obsessões pessoais.


Monk é um homem frágil, gentil e cheio de medos (medo de sapos, medo de umidade, medo de embalagens de leite etc). Justamente o contrário do que é apresentado como característica dos povos do Oriente Médio.

Já que criticamos Hollywood, vamos lembrar mais um acerto da indústria do cinema dos EUA: o filme Corações e Mentes, sobre a guerra do Vietnã. Uma sequência famosa do filme é aquela que põe, lado a lado, duas cenas. Numa, um oficial do Exército dos EUA diz: “Os orientais não dão o mesmo valor à vida humana que os ocidentais. A morte não é nada para eles”. Ao mesmo tempo, são mostradas imagens de uma senhora vietnamita desesperada que tenta se atirar à cova de um parente e de uma criança, chorando dolorosamente a perda de alguém de sua família. [fonte]

Nossa proposta, neste artigo, é abrir seus olhos, leitor(a), para os estereótipos encravados em nossa mente, que podem nos prejudicar em nosso convívio e relacionamento com o mundo à nossa volta.

No final de 2014, a China ultrapassou os EUA e passou a ser a maior economia do mundo. Então, trate de eliminar de sua mente os estereótipos sobre pessoas orientais, pois você cada vez conviverá mais com essa cultura, inclusive em sua vida profissional.

Postado por Beto Locatelli

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