domingo, 14 de dezembro de 2014

Como aumentar a relação benefício-custo nas aquisições domésticas?

créditos: nuttakit
A resposta à pergunta acima é: planejamento. Ilustraremos o ponto por meio de um exemplo sobre molduras para obras de arte.

Recentemente, tivemos duas experiências que consideramos negativas e, ao mesmo tempo, positivas, com a emolduração de algumas belas gravuras destinadas à decoração de nossa nova residência. Por que negativas? Por que não tivemos satisfação com o trabalho de molduraria, considerando que gastamos um bom dinheiro com o mesmo. E por que positivas? Ocorre que elas nos inspiraram a escrever esse post, sobre um assunto trivial, mas nem tanto e que tem a ver com planejamento prévio.

Em nossa primeira experiência supracitada, levamos quatro gravuras a uma molduraria a caminho do nosso trabalho e contratamos as molduras. Semanas se passaram e agora, percebemos que as molduras brancas de duas gravuras penduradas na copa já não estão mais tão brancas assim. E não adianta limpar o material que, provavelmente poroso, se tornou branco amarelado. No caso de outras duas gravuras emolduradas em material laqueado branco, não poroso, isso não aconteceu.

Na segunda experiência, nossa insatisfação foi grande e imediata. Das três gravuras levadas à molduraria, desta feita, tocada por uma professora de pintura, três nos foram entregues com péssimo acabamento das molduras, negras. E estamos falando de molduras simples, nada complicadas, diríamos até triviais. Nem precisa dizer que não aceitamos os trabalhos, tendo a molduraria que refazê-los.

À luz das duas esperiências acima relatadas e considerando o aprendizado que ficou, recomendamos àqueles(as) que ora nos leem, se tiverem interesse neste assunto e necessitarem emoldurar obras de arte:

  1. site de origem da imagem
    Pesquisar a cor e o tipo de moldura mais adequada à obra e ao ambiente onde a mesmo será integrada. Tal escolha deverá considerar o ambiente como um todo, incluindo móveis, cortinas e objetos de adorno, bem como tamanhos, cores e texturas. Não é preciso complicar, mas bom senso é importante. Quem se sentir inseguro(a), pode procurar o auxílio de um(a) especialista em decoração, deixando claro o foco específico da consulta: escolha de moldura (a menos que a pessoa queira mudar o ambiente de maneira mais ampla, o que não precisa ser o caso).
  1. Não depender, jamais, da opinião do estabelecimento onde será feita a moldura, ou seja, a molduraria, para escolher a cor da moldura. Tal escolha é do cliente e somente dele(a). A menos que as pessoas que ali trabalhem sejam, também, especialistas em decoração, o que, como regra geral, será altamente improvável. Afinal, espera-se que as moldurarias são especializadas em emoldurar obras de arte, não em decorar casas e outros ambientes.
  1. Quadros e gravuras de cores fortes podem ficar melhores com molduras com cores mais escuras, de maneira que essas contenham ou segurem as referidas cores. Já quadros mais delicados, por sua vez, podem ficar melhores com molduras de cores também mais delicadas, tomando o devido cuidado com o aspecto da limpeza. Retornaremos a esse ponto. Essas orientações não são absolutas, podendo existir situações que fujam à lógica citada, conforme o ambiente considerado.
  1. Se optar por um passepartout, a tela que separa a obra de arte propriamente dita da moldura, assegurar-se de que a obra será valorizada. Temos, em nosso quarto, uma gravura colorida, com um passpartout azul escuro e uma moldura branca. O azul escuro da parte superior da gravura (um céu estrelado) emendou-se ao azul escuro do passepartout, como se fossem ambos parte da obra de arte e o conjunto ficou muito interessante. A moldura branca laqueada, por sua vez, conteve a obra dentro de seus limites, valorizando-a.
  1. Em que pesem as boas dicas de especialistas em decoração, ter elevado cuidado com as
    site de origem da imagem
    molduras de cores muito claras ou brancas e que, conforme o material, absorvem poeira e se tornam sujas com a passagem do tempo. Pessoalmente - e a menos que nos demonstrem o contrário -, acreditamos que essas molduras somente não apresentarão problema de ordem prática se forem laqueadas, facilitando a limpeza. Além disso, no caso de gravuras envidraçadas, optar por vidros foscos, os quais não reflitam fortemente a luz.
  1. Escolher bem a molduraria. Ter muito cuidado, extremo cuidado com essa escolha. Se possível, escolher por indicação. Se não for possível escolher por indicação, optar por aqueles estabelecimentos que operem em áreas da cidade com públicos mais exigentes: nessas áreas, os maus prestadores de serviços provavelmente não sobreviverão por longo tempo. O custo pode até ser mais elevado, mas a relação benefício-custo poderá ser maior.
  1. Verificar, na molduraria, não apenas as instalações, em termos de organização, limpeza e outros aspectos, como também os trabalhos que ali costumam ficar estocados. Verificar especialmente os acabamentos das molduras, suas juntas e qualidade de pinturas entre outros tópicos. Acabamentos mal feitos em quadros estocados não são, definitivamente, um bom sinal e nesse caso, o melhor é procurar outro fornecedor.
  1. Jamais encomendar à molduraria vários trabalhos da primeira vez. Testar o fornecedor em um primeiro trabalho. Mesmo nos demais futuros trabalhos, caso haja satisfação com o primeiro, dosar a entrega, não se deixando levar por descontos por entrega em escala, a menos que exista elevada confiança no fornecedor.
  1. Ao receber quadros emoldurados, verificar, imediatamente, o acabamento. Em hipótese alguma aceitar trabalhos mal feitos sem as devidas verificação e correções. E nunca, jamais pagar vários trabalhos à vista.
  1. Dar sua nota ao produto final emoldurado e instalado na parede-fim, prática que ajuda a dar maior concretude a um sentimento de insatisfação por vezes difuso. A nosso ver, uma nota igual ou superior a oito é indício de que o trabalho ficou muito bom. Se não ficou, o que apesar dos melhores esforços, pode acontecer, considere a possibilidade de aceitar que o seu planejamento não foi tão eficaz assim e de modificar a cor ou mesmo de trocar a moldura, mais à frente, sempre dentro do seu orçamento pessoal. Que isso não seja necessário.

Esses passos se aplicam às molduras – e aqui damos a mão à palmatória, pois não planejamentos bem  mas e a outras aquisições domésticas? Há pontos comuns e pontos específicos. Oportunamente, apresentaremos mais exemplos.

Ficamos por aqui, deixando aos nossos leitores uma gravura enquadrada com passepartout, de autoria de Beto Locatelli, nosso parceiro neste site que, além de escrever bem, também é artista de qualidade:



Postado por Nica Brand

Nenhum comentário:

Postar um comentário